Sou alentejano de raiz - Poema de Francisco Rosa Oliveira
Mote
Nasci no Baixo Alentejo
Terra de grande valor´
O que nela mais invejo
Ver os campos em flor
I III
Tinha já vinte e seis anos Uma terra hospitaleira
Quando deixei a minha terra Com um acolhimento fraterno
Deixei o campo e a serra Passam os serões de inverno
Para realizar meus planos Á volta de uma lareira
Vítima de muitos enganos Contando anedotas de algibeira
Sempre contra o meu desejo Na quinta ou no lugarejo
Não via o que hoje vejo Vem a monda e o varejo
Como tudo se desenvolveu Que faz parte da agricultura
Mas nunca me esqueceu Ver a seara madura
Nasci no Baixo Alentejo O que nela mais invejo
II IV
Província das mais esquecidas O mês de Abril é tão belo
Pelo antigo Estado Novo Traz com ele a Primavera
Dominando o nosso Povo E uma nova atmosfera
Sempre com duras medidas Vestida de verde e amarelo
Destruindo muitas vidas Mês que não tem paralelo
Com um clima de terror Com seu perfume e odor
Nunca lhe mostrando amor Mudando aos campos a cor
O que ao Povo desanima Com vida e nostalgia
Mas seja por baixo ou por cima É para mim grande alegria
Terra de grande valor Ver os campos em flor
Francisco Rosa Oliveira
04-12-90
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