Zé Paínhas, aquele que todos recordam, ele ia a todas, era enfermeiro (injecções era com ele), funileiro, tratava dos funerais, das escrituras, dos medicamentos, todo e qualquer serviço lá estava ele a desenrascar, com a sua pedaleira caminho de Castro Verde, depois passou a motorizada. Poeta popular.
Sou José Jacinto Urbano
Em Aivados fui criado
Terra onde eu nasci
Aqui me tenho conservado
I
Andei na escola primária
Até aos doze anos
Atravessei certos planos
Na minha vida precária
Dentro da minha área
Sou modesto, sou humano
O tempo para mim foi tirano
Neste século decorrido
Pelo meu nome sou conhecido
Sou José Jacinto Urbano
II
Sou um honesto trabalhador
Tenho lutado com a vida
Tenho a cara franzida
Das bagas do meu suor
Trato bem seja quem for
Prezo-me em ser delicado
Não dou por mal empregado
Aquilo que tenho aprendido
Desde a hora de nascido
Em Aivados fui criado
III
A Castro Verde pertenço
Do Concelho e Freguesia
Tenho por esta terra simpatia
Dou-lhe valor imenso
Sou pessoa de bom senso
Sempre na vida sorri
Com algo me conduzi
Na minha vida quotidiana
Sou duma aldeia alentejana
Terra onde eu nasci
IV
Tenho gosto em saber ler
Para fazer boa figura
Com a minha pequena cultura
Vou arranjando para comer
Nisso sinto prazer
Tenho amigos em qualquer lado
Tenho sido respeitado
Pelo velho e pelo novo
Nunca abalei deste povo
Aqui me tenho conservado
José Jacinto Urbano
3 comentários:
Homenagem merecida!
Muito bem o sr. José Painhas se me lembro dele!!!!Boa pessoa... Amolava as tesouras ao pessoal,dava injecções etc.
O seu nome e me familiar, sou neta do Jose Urbano Ricardo, mais conhecido pelo Ti Ze Ricardo da aldeia do Rosario, casado com a Liete Maria Jacob...se calhar ainda somos primos!
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